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16 junho 2009

Reflexões eróticas de um frango

ATENÇÃO. O Ministério da Saúde Galinácea adverte. Este post é impróprio para menores de 18 anos. Ou seja, pintos não entram. Mas se for entrar, que seja com camisinha...


Para que ficar sofrendo no dia dos namorados? Afinal é só uma data idiota. Se existe apenas um dia para os casais chatinhos, os outros 364 são para nós, solteiros. Podemos aproveitar muito mais que os comprometidos. É acordar cada dia em um poleiro diferente, com uma galinha (ou mais) que é completamente desconhecida.

Tá bom... quem me ouve falando isso até pensa que eu sou o frango comedor da granja. Tudo bem que sou o frango garanhão reprodutor, o escolhido, aquele responsável pela perpetuação dos genes (que dizem ser bons, mas sei lá...), mas isso não quer dizer que eu tenho que experimentar todas as galinhas da granja.

Por falar nisso, é melhor eu tomar mais cuidado com as palavras que eu uso. As galinhas são muito sensíveis. Se me ouvirem falar em “experimentar” ou “comer” eu provavelmente vou perder um possível sexo à noite. Tem que saber tratar bem para conseguir algo depois. É uma regra básica. Não precisa ser um idiota que faz tudo para ela, mas saiba enrolá-la até conseguir o que quer. Ou seja, sexo selvagem...

Aliás, alguma galinha ainda tem dúvidas disso? É claro que não. Aposto que elas pensam a mesma coisa quando conhecem um frango interessante (tipo eu). Duvido que elas querem ficar sentadinhas na praça, de mãos dadas na porta da igreja. Não. Eles querem é correr pro poleiro e atacar. Se nós frangos pensamos assim, porque elas não têm o direito de pensar igual?

E tomara que pensem isso comigo. Prometo que nem vou reclamar. Vou simplesmente cumprir meu papel e agüentar todas que vierem. Aliás, fiquei sabendo de uma galinha nova que muita prática em sexo tântrico. Quem sabe ela não me dá algumas aulas grátis?

Aposto que minha performance ia melhorar muito. Com certeza ia impressionar aquela galinha gostos do poleiro de cima facilmente. Ia dar horas e horas de prazer intenso para ela. Bico com bico, sentindo cada gota de suor escorrendo pelas penas dela. E eu lá, firme e forte. Satisfazendo. Deixando ela louca...

Eu fico excitado só de pensar nisso. Aproveitando que minha imaginação está no auge, eu fico pensando naquela galinha gorda. Primeiro vamos esquecer todas aquelas celulites para imaginar algo...

Pronto! Deixa eu ver... com aquela cara ela deve curtir um lance bem sadomasoquista. Colocar uma roupa de couro, dar uma e dominatrix e espancar com quem ela vai transar por puro prazer. Eca. Ainda bem que eu não curto esse tipo de prática. E nem curto aquela gorda bizarra.

Depois dessa imaginação dos infernos, eu vou voltar a pensar naquela galinha gostosa do poleiro de cima. Como será a depilação dela? Será que alguém já pensou em fazer uma edição da “Playchicken” com ela? Aposto que ia vender muito. Eu, por exemplo, compraria muitas. Só para estampar meu quarto todo.

E ia me poupar muitos neurônios. Já falei que minha imaginação tá fértil hoje? Pois é, como as perspectivas para a noite são as piores possíveis, eu vou ali dar uma exercitada na asa enquanto penso naquela gostosa...

12 junho 2009

Reflexões de um frango pós-feriado

Quem foi o inventor do feriado deveria receber um prêmio Nobel da paz. E eu tô falando sério. Ele deveria ser canonizado, beatificado, crucificado, sei lá. Só sei que esses feriados são a única coisa que salvam a minha vida em meses altamente corridos.

Eu falei que em pleno mês de festa junina nós estamos passando por reformas? Claro que não, né? Não deu tempo. O granjeiro resolveu reformar tudo. Os poleiros foram transferidos, tem madeira e prego por todos os lados, está tudo sendo pintado, as galinhas estão frenéticas.

Ou seja, tá uma confusão generalizada. Espero que daqui um tempo eu possa apresentar os resultados para vocês. Mas enquanto isso, eu estou trabalhando igual um condenado. É saco de cimento pra lá, madeira para cá. E eu morrendo. Alguém podia avisar pro mestre de obras que eu sou um frango e não dou conta de fazer essas coisas...

Para salvar minha pele, só o feriado de ontem. Aliás, foi feriado do quê mesmo? Ah sim, Corpus Christi. Mas o que diabos se comemora nesse dia? Deixa eu passar na Wikipédia para ver...

“Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa móvel da Igreja Católica que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.”

Oi? Festa móvel? Presença real e substancial de Cristo? Não faz nenhum sentido para mim. A única coisa que faz sentido é que ontem eu aproveitei para ficar completamente a toa. E o melhor de tudo é que o “feriado móvel” caiu numa quinta. Isso quer dizer que o final de semana começou muito mais cedo.

Seria uma ótima oportunidade para sair, tomar um sorvete, observar as galinhas gostosas pela rua e quiçá pegar uma delas. Seria ótimo, se hoje não fosse dia dos namorados... aliás, não me venham falar de dia dos namorados.

Já estou mal o suficiente por um dia só. Como eu queria ter aquela galinha gostosa do poleiro de cima em meus braços. Poder estar nas asas dela por toda essa noite, fazer uma programação especial, um jantarzinho romântico... é o sonho que eu ainda espero realizar.

Mas eu sou um frango. Nunca vou conseguir chegar nesse ponto. E isso é um fato. É um momento depressão, mas é verdade... vô ali assistir “O Galinho Chicken Little” para ver se eu não melhoro. Se eu não voltar... bem, liguem para o pronto socorro.
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Foi mal pelos quase 10 dias sem postagens. A correria tá muita, mas estou aqui. Ainda não virei canja, viu Kuandr... e o próximo post é o de número 69. Preparem-se

03 junho 2009

Reflexões juninas de um frango

Dá pra perceber claramente que o mês de junho chegou aqui no galinheiro. E nem é por causa do tempo frio e seco. É só olhar para o alto dos poleiros que você vê um monte de bandeirinhas coloridas dependuradas. É só respirar um pouco e sentir o cheiro de canjica pelo ar. É só andar por aí e ver um monte de galinhas com chapéu de palha. É só andar e vomitar...

É sério, eu odeio festa junina. O que faz alguém fazer uma festa inteira onde o milho é um dos personagens principais? Aliás, como alguém pode gostar de milho? Eu já falei setenta milhões de vezes, mas vale sempre reforçar... uma coisa dura, pequena, amarela e ruim não pode ser usada como comida. Minha esperança é que algum dia alguém acredite em mim.

Principalmente o granjeiro, que resolveu ampliar o estoque daquela bolota amarela maléfica. Eu tenho até vontade de chorar quando eu acordo de manhã e vejo que tem milho para o café. Na verdade, minha vontade é colocar o granjeiro numa panela e fazer uma torta. Só para ele aprender...

Mas o milho é até tolerável se for comparado com a quadrilha. Como garanhão reprodutor da granja, eu sempre fui o noivo no casamento. E eu tenho pânico de quadrilha. Pra começar tem o apresentador, que é sempre aquele galo velho caquético. O pior é que ele nunca vai perder esse posto. E eu não entendo nada que ele fala na hora da dança.

Aliás, por falar em dança, ela é outra coisa que me faz odiar festas juninas. A primeira coisa é que eu nunca entendo aquelas palavras em uma língua bizarra. “Anarriê” não significa nada na minha vida. E depois ainda me gritam “olha a chuva” e querem que eu finja alguma coisa. E eu sou péssimo ator. Sempre faço aquela cara de paisagem e continuo dançando.

Outra coisa lastimável que ocorre em junho é a barraca do beijo. Não seria tão lastimável se fosse aquela galinha gostosa do poleiro de cima. Mas todos têm uma chance para adivinhar quem sempre ocupou esse lugar... é claro que é aquela gorda com celulite. Nem precisa falar que a barraca é um fracasso todo ano.

É por essas e por outras que eu fico muito azedo nessa época. Por mim junho podia nem existir. Pular de maio para julho direto, se possível. E que esse ano nenhum engraçadinho tente me prender na cadeia de novo...