Dia oito de agosto de 2008, às oito horas e oito minutos... que coisa mais brega! Foi o simbolismo mais idiota que eu vi, mas foi suficiente para a granja parar nesse dia. E quando eu falo em parar, eu não estou brincando. O granjeiro esqueceu até de dar comida pra gente, pode acreditar? COMIDA! Como ele se esquece da comida? Tudo bem que a festa de abertura estava até bonita, mas esquecer da gente já é demais...
Enquanto meu estômago roncava, reparei em uma coisa... por um acaso era a mesma pessoa que fazia todos os papéis na cerimônia? Sei lá, eu não consegui distinguir muito bem um chinês do outro. Todos são iguais... olhos puxados, pele amarela pálida que nunca tomou sol e cabelos pretos escorridos. E depois ainda falam que os frangos é que são todos iguais...
Fiquei tonto só de imaginar aquele monte de chineses com medalhas penduradas no pescoço, todos acenando... quase que sai correndo. Sério mesmo! Parecia clonagem, sei lá. São todos idênticos. E pensar que nem uma franguinha oriental bonita tinha... passei minhas noites em claro por nada.
Posso não ter dormido à noite, mas em compensação durante o dia... O problema é que meu relógio biológico ainda não voltou ao normal. Sabe aquela expressão que diz: “levantar com os frangos”? Esquece! Eu ia dormir todo dia junto com o sol nascendo e só acordava na hora de comer. Comia e dormia de novo...
E só voltava para a realidade quando ia começar mais uma madrugada olímpica. Como a granja é chique, tinha SporTV1, SporTV2, SporTV3, SporTV Premium e SporTV Mega-ultra-hiper-max-excelente. Aí eu podia ver todos os jogos... todos mesmo. Sabe aqueles esportes mais estranhos tipo “tiro deitado com carabina invertida acionada por uma cusparada a distância”? Pois é, esses eram os mais interessantes. Eu não sabia as regras e o narrador muito menos. Ficávamos eu, a televisão e o narrador... calados! Nem vi quando era decisão de medalhas. Já estava acontecendo o pódio quando eu reparei.
Mas valeu a pena trocar meus horários. Eu posso dizer que eu vi um tal de Michael Phelps competindo. Eu tenho medo dele. Parece mais um tubarão que uma pessoa. Como diria o grandioso Galvão Bueno (e eu repito, caso você não tenha entendido a ironia... grandioso Galvão Bueno): “Eu vi a história com H se escrevendo na minha frente”. Ainda bem! Se ele visse a história escrita com I ia ser estranho.
Outro esporte interessante que eu vi foi o tênis. Tá bom, tênis não é nem um pouco emocionante, mas o Rafael Nadal é simplesmente O cara. E as mulheres da ginástica artística? Que coisa impressionante. Mas o que eu mais gostei foi o futebol feminino. Não porque o Brasil levou um créu dos Estados Unidos na final, mas porque elas enfrentaram as norueguesas... ah, queria um time daqueles trabalhando aqui no galinheiro.
Nem sei para que eu citei o Brasil nessa história. Ganhou três medalhas de ouro? Bom para ele. Aliás, três medalhas inesperadas. Uma do menino nadador que eu não lembro o nome, que só ganhou o ouro porque o Phelps não competia nessa prova. Uma da Maurren Maggi no salto em distância (brilhante conquista individual, sem apoio nenhum do Brasil) e a outra foi com o amarelão time de vôlei feminino (finalmente!).
Ah, quer saber de uma coisa? Os últimos quinze dias foram bons. Não dormi direito, não fiz nada de útil, mas assisti às olimpíadas! Quer coisa melhor do que ficar a toa e ver televisão? Tudo bem que nosso país ficou atrás de Belarus no quadro de medalhas, mas como eu nem sei onde é Belarus, eu vou ficar quieto.
Agora eu tenho que voltar aos meus afazeres normais. Espero sinceramente que o granjeiro não tente me comer depois dessa quinzena a toa...
Golpe... De Mestre?
Há um ano